quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Es muss sein

Ela era pálida e mantinha seu olhar distante, como se nada nesse mundo lhe importasse, estava além dele. Ele, porém, era um homem alto e forte, e seus olhos pareciam presos a cada movimento daquela moça pálida, parecia a contradição perfeita da mesma.
  Ambos eram belos, apesar de diferentes. Pareciam completar-se, mas não só de forma corporal. Parecia que cada passo dela era precisamente analisado por ele, este escolheria se era certo ou errado. O nome da dama era Catarina, o do homem pouco importava, não por ser menos essencial que ela na história, e sim porque, ora não importas o nome do rapaz.
A moça, Catarina, tentou livrar-se dos braços do homem, mas como disse, ele era forte e a manteve ali, como um pássaro com assa quebrada que precisa de cuidados. Ela o encarou e beijou-lhe a bochecha longamente, era um pedido de liberdade, que por sinal,  foi-lhe concedido. Claro que ele não deixou de observá-la de longe e se ao acaso ela tropeçasse, fosse no que fosse, ele corria a ela de braços abertos.
Os olhos daquele rapaz de cor acobreada olhavam-na com uma ternura pura, era quase palpável seu amor.
Contudo, os anos não deixaram de passar, e aquela pequena rapariga envelheceu, tornando-se rabugenta e já o rapaz que lhe amava de toda a alma, começou a perder a alma, sendo assim o amor por ela. Eis que no dia da morte daquela dama, sofreu como nunca havia sofrido, aquele rapaz pegou sua alma de volta do inferno e colocou-a no peito, assim amou-a como nunca havia amado, amou-a além de tudo, mesmo depois do seu último suspiro de dor.

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