segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E nas vidas que passei fui embora sem deixar marcas, cicatrizes ou memórias. Meu nome como sempre desconhecido por todos, minha personalidade como sempre desinteressante. Com o passar dos anos eu aprendi a estar lá com o simples apelo de aproveitar o que tinham a me oferecer. Algumas vezes, nada. Pensei que seria assim com você também. E não é minha culpa achar que posso sair e entrar da sua vida como se nunca tivesse sido realmente presente, o fato é que o costume sempre comanda meus atos. Quem sabe se eu não tivesse te abraçado com tanta força, ou se sua mão não me acompanhasse a toda parte, talvez se não um beijo tivesse sido trocado, caso eu te deixasse ir, caso eu conseguisse te deixar. Ou conseguisse estar com você. Te quis demais achando que seria um dia só que a idéia do além me angústiou até o talo. Acho que sou plenamente e inexplicávelmente estranha, mas eu nunca fui frigida. Então, perdão por ter miserávelmente demonstrado além do que a realidade do que sou pode te doar. E acredite em muitas noites eu beberei por isso, porque eu sei que não te escolher sempre será a decisão errada. Mas logo eu que nunca gostei de decisões certas te imploro que doe tua companhia a mim sempre que possivel, pois um dia foi impossível imaginar-me sem você. E nunca haverá de ser diferente.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Nas ruas, nas calçadas nada além de guarda-chuvas e poças. Apesar da música que ecoava, das vozes que firmavam presença, de todos os lados: Nada. O metrô lotado, uma paixão momentânea, apenas naquele momento em que ambos estão no mesmo lugar aspirando do mesmo ar. Imagina uma história, doa um nome, abre-se a porta, fim da paixão. Uma revista de palavras cruzadas e na realidade nenhum atenção a ser liberadada. Meus pensamentos viajantes pegam outro metrô, outra direção. E eu me perdi no meio do caminho do lugar que nunca soube onde ficava. Nunca soube aonde ir.
O mesmo livro, as mesmas perguntas. Outra pessoa. O quanto eu mudei, nunca saberei informar. Estou feliz em estar sozinha, no passo do meu compasso. O avesso do meu passado, e direito do meu presente. Como quem não quer nada se sentando naquela cadeira azul que sempre me chamava tanta atenção, abrindo a bolsa e procurando alguma distração. Às vezes eu me distraío com o nada, posto que já me distraí de você. Das doses que nunca foram tão cavalares quanto afirmei nas histórias. Dizem que saudade não é a perda, e sim a continua presença da lembrança. E toda vez que eu tento esquecer me lembro. Triste o fato de não lembrar de você, e sim dos meus erros. O tempo passa, não cura tudo, mas as coisas mudam. O mundo gira e no seu caso (no nosso caso) somos paralelos. Acabou, boa sorte.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu sinto sua falta, o tempo todo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sentou-se ao meu lado naquele pequeno sofá com os pés descalços, as pernas tão nuas quanto o sorriso estampado em seu rosto. As vezes me pegava enfeitiçado por cada parte desnuda de seu corpo miúdo, não pela nudez, e sim porque tanto a cor, quanto o cheiro chamavam, imploravam pelo toque. Ela segurou minha mão, apertando levemente e fazendo carinho com o polegar, me distraíndo do filme que passava na tv. Queria dizer-lhe coisas, mas o que não dizemos é sempre o que mais queremos expressar. E eu não sabia o que dizer. Alguém como ela não merecia o silêncio, era tão dona de si, parecia ter o comando de cada mínima parte. A voz sempre no tom certo, para o momento certo. Talvez fosse o sorriso sempre estampado, que me comia e corroía de desejo. A vontade de invadir tais lábios com os meus era tamanha que chegava a segurar com a ponta dos dedos no sofá. Sequei o suor que me descia o pescoço, ela piscou e pela primeira vez fechou o sorriso. Enrijeci. Um toque suave dos lábios, o gosto do meu coração na boca, o riso que encheu a sala. Tamanha perfeição só podia ser sinônimo de perigo.

domingo, 31 de outubro de 2010

E no final, nunca mais fui o mesmo, apesar do tempo, dos banhos que tomei, meu cheiro nunca mais foi o mesmo, o seu sempre estava ali, no meu cabelo, naquela camisa. Eu procurava cópias suas pra saber que suas mãos estavam ali, nos meus lábios, no meu rosto, no meu cabelo, em todo o lugar.
Existe um vago espaço entre tudo que me rodea, onde você se esconde. Onde como uma criança se esconde atrás da porta só pra assustar. Talvez eu procure nessas brechas um motivo pra desistir de lutar todo dia contra a sua notável presença, me embrigando no cheiro que lembro tão bem, que ficou no meu travesseiro no dia em que eu fugi dos braço me tentavam me prender. Que triste o fato deste toda noite sufocar-me com uma dose cavalar da tua presença que logo pela manhã, some. Ao acordar, os poros abertos, o corpo suado e o pesadelo que tanto já conheço, do erro que tantas vezes eu cometi. Seus lábios sempre pareciam me dar aquele mesmo beijo, o único nossas bocas sabiam de igual, minha apnéia. Nunca era dia ou noite, nunca era nada. E mesmo assim, eu amava sentir sua falta até mais do que um dia amei você.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Onde começou, exatamente, eu não faço idéia. Nunca procurei saber, detalhes não eram importantes, o erro em sí já estava ali. Eu aguardei as fotos com as lembranças, e tentei recordar como era sentir.E apesar da caneca aparecer mais profunda a cada gole que me permitia tomar, eu sabia, nada mudaria.
Algumas lágrimas caíram, logo dessas que ardem a nostálgia enquanto se esparramam pelo rosto. Lembrei-me daquela última conversa, você não disse adeus, parecia que ia voltar. Deixou as roupas no armário, a escova de dente ao lado da minha, deixou um lado da cama vazio, deixou o gosto do beijo que só você sabe dar, deixou a camisa que eu gostava de usar (nunca mais toquei nela), deixou tudo aquilo que não tinha importância, me deixou. Ouvi dizer que a tristeza pede pra entrar, mas não lembro de ter feito qualquer convite, sequer ofereci café. Porém, ela sentada na beira da cama insinuava que todo o amor era mentira, que nunca mais devia acreditar, confiar, entregar. Volúvel, eu fui sim, obrigada.
Agarrada as cartas passava as noites, nem em claro e nem dormindo. Às vezes pensava em melodias, aquelas que falam sobre o abismo que supostamente você havia me derrubado e me deixado, não ligava não, nem tinha ninguém pra ligar. Certo dia ouvi passos na sala, imaginei a sala cheia, teu olhar pairando no meu que me diria o que eu sempre soube e você nunca quis me confessar, imaginei que o amor valeria à pena dessa vez, mas tudo que eu sabia era: Não importaria quantas vezes me deixasse, eu te aceitaria... Cada vez mais vazia, deixando de existir. Ouvi dizer que o amor mata, é verdade?

sábado, 23 de outubro de 2010

Caio F.

Escuta aqui, cara, tua dor não me importa. Estou cagando montes pras tuas memórias, pras tuas culpas, pras tuas saudades. As pessoas estão enlouquecendo, sendo presas, indo para o exílio, morrendo de overdose e você fica aí pelos cantos choramingando o seu amor perdido. Foda-se o seu amor perdido. Foda-se esse rei-ego absoluto. Foda-se a sua dor pessoal, esse seu ovo mesquinho e fechado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Então questionei-a sobre o novo amor, e prestando atenção em como seus lábios formavam cada palavra, eu sorri, plenamente feliz por vê-la feliz. Orgulhosa de ver que o passado afetara mesmo a ela que a mim. Não negaria nunca o amor que sinto por ela, já que nossa amizade vem de anos distantes que por vezes me soa não nova e relevante. Não, não é. Com o decorrer do tempo e com o conhecimento do desgaste, das mudanças que nada gentis nos atingiram bem na cara, nos crescemos, mudamos e nos separamos. E todos os sonhos se foram assim, os nossos. Os meus ficararam cacos, os restos no chão que nunca limpei.

domingo, 17 de outubro de 2010

Eu acho que nunca o entendi, mesmo depois dos anos, os quais vivemos juntos. Nunca comprendi seus olhares, ou procurei ouvir o que me dizia. Eu estive satisfeito com a infelicidade de estarmos juntos, desde que estivessemos juntos. No final, eu não sabia mais o que faziamos ali, mentindo sobre sermos perfeitos um para o outro, sendo que na realidade sofriamos cada segundo que eramos forçados um a presença do outro. Conforme os anos passaram e o todo aquele amor fora substituído por um ódio de mesmo tamanho. O problema real de tudo isso é que conviver com alguém que se ama é basicamente aceitável, mas amar alguém sem paixão é completamente cansativo. E todas aquelas noites em que nos deitavamos, eu e ele na cama grande, podia jurar que ela estava vazia. Não o acha mais atraente, e nem o mais caloroso abraço continha meu frio, ou achava graça sequer no jeito que seus lábios formavam um bico enquanto sonhava. Estava perdido.
Então nos decidimos, e com malas feitas, eu sai de lá. Entre imaginar-me infeliz com ele, e imaginar-me infeliz sozinho, admito, houve grande dúvida na escolha. E por meses questionei minha decisão de larga-lo. Afinal, ainda o amava, ainda o amaria. O fato da paixão não ser uma vela que possa voltar a ser reacendida era de certo permanente. E eu sofria com isso, me martirizando por nunca ter entendido que o amor, ah o amor, não dependia apenas do sentido que a palavra tem quando é dita ao juri popular, e sim que o amor, ele não é quase nada se não existe paixão, seja por estar ali, ou pelo corpo que te come, te abraça. Eu devia venerá-lo, pelo simples gesto de me amar.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu bebi saudade a semana inteira, e a ressaca que não some. A primeira vez que me deixei levar pelo amor, achava que nunca ia passar, aquela doença sem cura que enquanto te alimenta, destroí. Lembro-me da ternura, do desejo, acho que ainda me lembro de tudo. Eu sinto saudades de você, sempre vou sentir. Porque você foi o primeiro de poucos, se me permite dizer. Apesar de não saber como realmente era para ser, ou como você cheira, o gosto que tem, apesar de tudo é com seu abraço que ainda sonho. Não doí como já doeu, e eu não espero que chegue a doer em você, pois meu erro foi sempre querer vingança, o amor já tinha ido e eu continuava ali, por puro orgulho. Já da segunda vez doeu como nunca, e também se foi com tamanha rápidez que chega causar espanto. De um sorriso ao desgaste. Você desgasta tudo ao seu redor, e mesmo assim eu lutei sem armas e tão silenciosamente que as vezes só o choro tinha som. O bem que me fez você ir embora, é ainda, e eternamente será indescrítivel. Do amor eu só sei isso, e da paixão, bom dessa a visita por mais recente que seja, tristemente não aceitou o café.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

As vezes eu peco na saudade, pelo simples fato de saber que não vai voltar. Conforme o tempo foi passando e nós acabamos por nos perder, a perda nem foi de tão dolorida posto que o tempo acabou grande parte do seu impacto, porém agora sinto o vazio que nos preenche, ou será que existe algo a preencher? Já me perguntaram o porquê de manter tão ternamente tais lembranças, mas eu nunca tive uma resposta concreta, que nunca modificou. Hoje, especialmente, eu afirmo que a amei desamasiado cada uma ou cada um dos mesmos por serem o que me apresentavam. Você que hoje em dia se perde com tamanho afinco entre coisas que pra mim nunca soaram tão atrativas, mas que hoje são por razoávelmente bem vindas.
As vezes eu peco no desejo, pelo simples fato de saber que o álcool realmente vai me subir a cabeça. Os presentes que me perdoem, eu verdadeiramente não tenho a mínima vocação para... Bom, o que causa é isso mesmo. Não é bem pelo fato de gostar ou querer, é porque as vezes eu peco na vontade de esquecer.
Tem dias que eu olho me decepciono, comigo mesma. Tem dias que eu prefiro acreditar no que vai me tornar novamente alegre, tem dias que eu só quero não pensar. Mas quando é que eu deixei de sonhar? Se a vida não é um sonho, eu jogo fora essa saudade que sufoca, jogo fora qualquer razão que ainda tenha pra afundar, já que é simples fato de saber que assim, que logo assim, eu aprendi a existir.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ela sorriu tentando mantê-lo de alguma forma confortável. Paulo abaixou os olhos enquanto pensava se devia ou beijá-la, se poderia ou não beijá-la. Queria ou não beijá-la?
- Às vezes me pergunto pra onde vai quando faz isso. - Não sorria mais, os lábios formando uma linha pensativa. - Às vezes eu me pergunto se gosta de mim, ou se te forço a gostar. Caralho, Paulo, você pelo menos tá aqui?
- Tô...
- Por quê você é assim?
- Como?
- Idiota! Ora, como? Pra que vem, por quê fica? Você gosta de olhar o nada? É vazio, quem é você afinal?
Paulo devia beijá-la, mas achou que não poderia beijá-la. Com certeza ela calaria a boca, beija a menina Paulo.
- Eu...
- Você o caramba, tô indo embora. - Ela se apoio no chão, e mesmo cambaleando forçou-se a levantar. Ele a segurou pelo braço.
- Fica, Karina.
- Cansei do seu silêncio, do seu olhar vazio, nem lembro mais como é te ver presente. Acordo pensando em te ver, e durmo pensando em te deixar. Tô cansada de beijar você e sentir o gosto que não é teu. É da culpa. Culpa de ainda estar aqui. Só não morre, que morrer é sorte no teu caso.
- Tá...
- Não vai dizer nada?
- Deveria?
- Você é realmente um idiota.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Es muss sein

Ela era pálida e mantinha seu olhar distante, como se nada nesse mundo lhe importasse, estava além dele. Ele, porém, era um homem alto e forte, e seus olhos pareciam presos a cada movimento daquela moça pálida, parecia a contradição perfeita da mesma.
  Ambos eram belos, apesar de diferentes. Pareciam completar-se, mas não só de forma corporal. Parecia que cada passo dela era precisamente analisado por ele, este escolheria se era certo ou errado. O nome da dama era Catarina, o do homem pouco importava, não por ser menos essencial que ela na história, e sim porque, ora não importas o nome do rapaz.
A moça, Catarina, tentou livrar-se dos braços do homem, mas como disse, ele era forte e a manteve ali, como um pássaro com assa quebrada que precisa de cuidados. Ela o encarou e beijou-lhe a bochecha longamente, era um pedido de liberdade, que por sinal,  foi-lhe concedido. Claro que ele não deixou de observá-la de longe e se ao acaso ela tropeçasse, fosse no que fosse, ele corria a ela de braços abertos.
Os olhos daquele rapaz de cor acobreada olhavam-na com uma ternura pura, era quase palpável seu amor.
Contudo, os anos não deixaram de passar, e aquela pequena rapariga envelheceu, tornando-se rabugenta e já o rapaz que lhe amava de toda a alma, começou a perder a alma, sendo assim o amor por ela. Eis que no dia da morte daquela dama, sofreu como nunca havia sofrido, aquele rapaz pegou sua alma de volta do inferno e colocou-a no peito, assim amou-a como nunca havia amado, amou-a além de tudo, mesmo depois do seu último suspiro de dor.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Já sabe

Talvez a ausência seja o que ainda te prende aqui, tuas mentiras alimentam em doses cavalares de saudades o que destroí a ambos. Não tente, nem ouse, tu não vai fugir. Minhas idéias nuas de qualquer sentimento ainda assim pisoteam seus verbos. Enquanto nos olhavamos, apenas um breve palmo de distância, que nunca seria iterrompido. Certas coisas não dependem de mim, já sabes a roupa que vai usar? Cuidado que o frio vai chegar.

Te procuro mais do que te encontro, as vezes acredito, normalmente renego. Como o abraço que nunca quis retribuir, o gosto que nunca vou lembrar. Se não conhecer, eu não preciso esquecer. Doses cavalares de ti, embebedam-me. Não sabe que gosto bom tem, eu acho que quero mais. Mas eu não vou deixar. Quando o meu nome sai da tua boca, soa como o nome mais belo do mundo, não sabe o gosto que tem te ouvir suplicar. Não quero aceitar, eu bem que goste de mentir. Eu bem que gosto de ti.

Toda droga tem um contra, és o meu.
Me pede pra ficar, que eu fico.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Três acordes, sua música parece com a minha. Soa rápida e mau interpretada. Sente isso?
Penetra tão ácidamente minhas veias, se mistura com meu sangue, faz parte mim. Tu? Não, amor, pára de fugir, eu já me cansei de entre dedos escapar. Quero tuas mãos. Mesmo que pra dizer adeus.


Não sei bem quando parei de chorar, ou quando deixei de acreditar nas minhas certezas. A gente erra sempre no mesmo ponto, por tu que é, apenas, uma miséra virgula em milhares de pontos. Pontos finais. Não adianta me olhar assim, não adianta me indagar com esses teus olhos que um dia amei, não adianta que seus lábios fiquem sem cor. Eu quero não saber. Não é abrir mão, lutei demais e em vão. As coisas mudam, desejos mudam. E eu vivo dizendo que não sou quem deixou, porque afinal, eu fui deixada. Sobra à mim as dúvidas ou qualquer tipo de incerteza que vêem acompanhada com a garganta seca. Não vou mais beber. Não vou fumar. Não é assim que se supera. Suas idéias nunca são fixas, eu não consigo te acompanhar. Mas cansei de perdir perdão e nunca ser perdoada. Quero é que pague pela dor que eu canso de te mostrar, meus olhos são tão ou mais negros que os seus. E minha boca não vai mais ter o gosto ruim que tinha, era o teu. Perdoa eu, por te querer morto.

Com todo o amor,
Eu.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Boa noite!
Desculpe-me por interromper sua noite, tendo noção das horas. As horas são minhas inimigas, não de hoje. Como é que está? Faz tempo que não nos falamos, e como eu senti sua falta. Das vezes em que pensei em ti, não consiguia seguer lembrar-me do teu rosto. Sinal de que o tempo realmente passou; E se crescemos o suficiente, eu já não sei. Espero que tenha alcançado teu sonhos, pois a ti nunca desejei o pior. Entre tantas coisas mais que espero, aguardo a chance de te ver e saber se teu cheiro ainda é o mesmo que me lembro. Posso sentir suas mãos vagando por mim ainda, certas vezes, agora com bem menos freqüência que no passado. Nem imagina o efeito que tem sobre mim, ou como a saudade me deixou fora das linhas do habitual. Eu lhe peço perdão, pois o que fiz já foi feito. Foi ciúme sim, aposto que sempre soube. Não se esqueça nunca e nem porém.

Frenesi

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eu juraria que não havia mudança além do seu cabelo discretamente mais longo e do rosto um pouco mais corado. A voz mantinha o mesmo efeito sobre mim, os olhos causam o mesmo torpor, quem é você? Ela como sempre sorriu ao me ver, mas esse sorriso eu não sabia o significado. Sentei-me ao seu lado, sem conseguir desviar os olhos, sem querer piscar, quem é te fez assim?
Eu balbuciei algumas vezes procurando o que e como falar, até que saiu, simples assim:
- Como é que anda a vida?
- Vai bem desde que você se foi. Por quê quis tanto me encontrar?
- Senti saudades. Você não?
- Procuro não pensar. - Minha mandíbula estralou tão baixo que aposto que só eu mesmo ouvi.
- Então por que veio?
- Queria te ver.
- Eu não te entendo.
- Nunca tentou.
- Como não?
- Tá na cara que não. Não adianta ler o final de um livro e se esquecer do resto. Você se esqueceu do resto.
- Você se esqueceu do amor!
- O que é que você sabe sobre o amor?
- Eu amei você.
- Não, eu amei você...
- Então por quê se foi?
- Por te amar de menos.
- E quem você ama demais?
- Não é sobre o presente, é sobre o passado.
- Pára de fugir, você só mente.
- Um dia você vai acordar, vai notar e saber que amor não é como a gente quer, desculpa se não fui perfeita, desculpa por não querer um péssimo fim. Desculpa por amar mais as memórias do que consigo amar você. Desculpa por ir embora, mas eu nunca, nunca vou pedir desculpas por não voltar.
Sentado eu olhei aquela mulher que nunca conheci realmente, que eu beijei sem procurar o gosto, aquela mulher que me deixou por saber que esperar ia doer ainda mais.

Karma né

O tanto que deixou aqui, parece que não é o suficiente pra te trazer de volta não é? Eu sei que as coisas vão de mal a pior, sei também que nunca fui tão bom assim. Mas já sentiu que gosto bom a ilusão tem, amor? Esqueceu-se dos beijos, dos abraços, esqueceu-se do amor que jurou. Amor, que saudades que tenho, da gente conversando deitados, parecia que sempre estivera ali me abraçando, parecia que a sua voz fazia parte daquele CD, aquele que me deu, aquele que eu jamais deixei de ouvir. Faz tempo que se foi, faz tempo que eu não te ligo mais, mas seu número, se ainda for o mesmo, eu lembro apesar de jurar esquecer. Eu me neguei lamentar sua partida, por nunca acreditar que fosse partir também. Lembra da primeira vez que me deu a mão, não lembra? Ah, eu ria de mim por te amar, achava graça no impossível. A gente esquece que a nada fica realmente nas nossas mãos. O que restou pra mim além do que não quis mais? Sou aquilo que deixou.

Lembro do teu rosto arfante, daquelas palavras que acho tu nunca disse, mas que sempre quis ouvir. Lenta ou rápidamente, mas incontestávelmente, eu me perdi. Posso jurar que ao me perder te salvei. Quantos não desistiram de mim por não desistir de ti? Porra, amor, faz direito. Quem não faz por bem, acaba fazendo por mal.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Você passa vinte por cento do seu tempo sonhando com algo que não vai ter. Cinquenta porcento tentando entender o porquê de não ter, mais vinte porcento procurando outra coisa a se querer e dez por cento aceitando que querer não vai te levar a nada. A gente esquece que talvez não exista tanto tempo assim pra cogitar cada possibillidade e analisar cada, grande ou pequena, chance. Queria saber me jogar de cabeça nas coisas, acertar o tiro e mesmo assim não matar ninguém, ter, querer, eu queria ter coragem.

Que saudades que tenho no tempo em que tudo era sentir "saudades", do tempo que era só uma. Tá ai o que a gente esqueceu de novo, porque a gente esquece tanta coisa? Eu gosto do jeito que ele fala, e do jeito que sorri. Você gosta do jeito que ela anda, ela do jeito que você beija. Nem sempre é um ato, uma frase ou como você pede perdão, pedir perdão já é tanto. É se dispor há algo que você já sabe como vai acabar. É diferente de tudo o que a gente conhece, e só acontece uma vez. Apesar do nome ser sempre o mesmo. Eu sou uma romantica, e eu não gosto do amor. Sobre você?


Então, me desculpa se eu penso torto, é que não gosto muito de ângulos.
eu quero voltar e quero ser aceita de volta.

domingo, 30 de maio de 2010

"Desejo nunca sentir sua falta, já que sem você sou vazia".
Eu fui vazia até te conhecer, vivia a sua vida por meio de suas histórias, como uma criança implora por uma história antes de dormir. Não sabia o que era viver, e você me ensinou. Me segurou quando eu cai, você não foi uma mãe, e sim meu tapa na cara. Você é a minha lição de moral, meu oposto delicadamente feito no mesmo suporte que eu. Que sempre erro contigo, me consome a vontade de deixar-te livre dos meus erros. Eis que nunca me deixas, vais contra minha própria vontade. E como sempre, é o ponto final.
Dou-me conta de que sem você eu fico perdida, procurando uma esquina em cada viela. É o mapa que me leva, não exatamente onde desejo, mas onde devia estar. Que não me deixa fugir até mesmo de mim. Você é o complemento. É a minha família. É a minha parte que vive, que ama, que sente. Sempre será assim, és sempre 2x de mim. E se um dia acabar, se o divórcio realmente acontecer, eu peço, morro, imploro pra voltar. Porque sem você sou uma bolacha sem recheio, e assim na minha vida, falta sabor. Você não é uma parte de mim, você e eu, nós duas, somos uma só. E nunca vou existir sem você.

Sobre você e a saudade

484 dias do seu destino e do meu acaso.
"E a tinha amado também pela eternidade, pois não haveria vida em mim após sua morte."
 Após a sua morte não existirá vida em mim, existirá apenas um corpo que vaga. Eu continuo tendo a mesma dependência inicial, apesar desta estar controlada. Ainda não sei agir bem sem a idéia da sua vida como salvação. Você é tudo o que me restou, daquilo que talvez tenha sido e que não sou mais. Você é a lembrança mais colorida, e monocromática. É o meu passado, e principalmente meu futuro. Meu porto seguro, a praia deserta que só eu sei chegar. É erroneo pensar que mudou, meu sentimento é tão igual. Tão verdadeiro que ainda lateja, tão nosso, meu, seu. É teu, cuida. Sobre a saudade que me persegue, você é a culpada, ela é apenas teu carrasco, e eu te imploro que volte. Que viole suas próprias regras.
Eu perdi a noção do tempo, do querer e do saber. Não sou mais cheia de conselhos, apenas quero os teus. Cuida-me como uma mãe, amiga, e irmã. É o que me faltou, a parte distante do quebra-cabeça mais difícil que já montei. É a idéia que sempre me vem na hora da fuga. A tua casa, teu colo. Tua salvação me é dever. Teu sofrimento é corte, sangra e queima. Suas lágrimas são o rio que me afogo e você... Tu és meu bem, benzinho. Não é melhor amiga, não tenho um nome a te dar. Consciência, talvez. É a razão. "Tu és eternamente responsável por aquilo que cativás." Ou seja é responsável por mim, poís me cativou por inteiro. Obrigada salvação, você é alma mais bondosa e torta que já encontrei. És o exemplo perfeito a não ser seguido, és tudo o que não pude ser.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quadrado

A porta entre-aberta, e o gosto de café velho na boca. Martelei os dedos repetidamente na mesa, o som fluindo constante. Desde então eu vivi assim, ouvindo batidas. Era como ir sem saber pra onde ir, simplesmente estava lá, martelando. Eu apertei a mandíbula com os dedos, vagamente pensei em fugir. Olhei as grades, olhei o chão. Presa na minha própria vida. Agora não parece tão ridículo assim fugir. Sempre tive uma tendência pela fuga. Da porta pra fora e presa nos portões do prédio. Presa no quarto, presa na cama. Não quero ser a maioria. Por quê a maioria é certa? Onde estão as provas que Deus existe? Nunca vi o Diabo. Eu não quero crer em nada, afinal, tem coisa mais bonita na vida... do que a morte?

terça-feira, 16 de março de 2010

Nenhuma visita, nenhuma chamada


Talvez eu não seja mais a mesma. Eu não sou mais a mesma!
Ando me procurando entre gavetas, camas, até mesmo nas cômodas. Mas eu só encontro pó e memórias, e a saudade. Eu não me reconheço nesse espelho, sequer sinto mais meu cheiro que ficava sempre tão forte ao andar. Procuro-me entre lábios, abraços e afagos, e me perco entre os nomes, dores e sobrenomes. Posso eu ser dois, sendo que nunca somei mais um?
Fujo do comprimisso, do horário. Pedi demissão, essa profissão não é pra mim. Não sei ter um, dois ou três. Cinco ou vinte cinco, eu não ligo. Meu problema nunca foi carinho, meu problema é insatisfação. Quero cópias suas, tremidas, subjetivas, quero te usar por meio destes, eu sou você. O seu oposto não me satisfaz. "Saí de casa à procura de ilusões, coincidências e confirmações, alguém com seu nome, alguma lembrança". Não é de você que eu preciso, sendo que com a sua imagem é com o que eu fico, fico pra mim pra ser o que sou.
Finalmente me achei e foi dentro de você.. Já que você me ensinou a ser o que sou.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Mentiras a parte

Quero gritar neste exato momento, mas sento-me no sofá pra tirar os sapatos. Olho vagamente para o teto, tentando pensar no meu erro mais uma vez. A minha imagem dele fluia na minha mente, lenta e repetidamente, o que na hora havia sido tão rápido agora se passava com lentidão. Deito-me, e solucei, mordendo de leve meu braço, sabe-se lá porque eu faço essas coisas quando fico raiva. Então fecho os olhos, e presto atenção no silêncio.
Ele chutava minha porta, arrombando-a, jogando-a no chão. Minha boca tomava um formato redondo, e minhas mãos apertavam incansavelmente meus joelhos. Ele se aproximava, parecia lento demais, então procurei o controle que devia estar no sofá. Assim a cena se passava mais rápidamente, e ele já me tinha nos braços. Beijando da minha mão até a minha nuca. Um suspiro quente e uma breve palpitação. Seus lábios encontram os meus, e subitamente ele se afastou, como fumaça.
Abri os olhos e sento novamente. E levantando do sofá e fazendo minha caminhada lenta até o quarto. Minha porta continuava intacta, eu observei, e meu corpo continua inerte, já ele continuava com ela.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nos meus sonhos é com você que eu estou..

sábado, 2 de janeiro de 2010

Por um novo..

..amor, abraço, sapato, sorriso, beijo, um novo você para um novo eu menos aturdido. Mude as conversas, mude a si, releia a bula, o manual. Dois anos de garantia.
Que a verdade é que eu te vejo de longe, te querendo aqui, correndo para ti, implorando por ti. Só é uma virada de ano, um dia para novos 365 infernais, esperança em um e miséria no resto. Então, eu sozinha vendo luzes no céu, segurando o choro nos últimos cinco segundos, forjando uma felicidade instânea como miojo no panela. Me perdoe, eu perdi a esperança há 16 anos atrás.