quinta-feira, 30 de abril de 2009

Interrogação

Por favor, pode me informar o por que de tantas perguntas, sendo que viver a vida sem duvidar ou ter medo é bem melhor? Quer dizer, deve ser melhor... Nunca me senti viva pra dizer que vivi. Eu e os meus passos contados, sempre iguais, sempre na mesma direcção. Ora, então por que meu coração bate, por que nas minhas veias tem sangue? Isso também não é se sentir vivo? Se for analisar depois de morto não se sente nada, então como podemos nos sentir mortos?
Então como posso estar me sentindo morta quando ainda estou viva? Parece-me fácil achar motivos para viver, para sorrir, para estar alegre por teu coração bater sem problemas, por ser saudável... Mas por que não me sinto assim?
Estou realmente cansada de esperar que a vida me dê algo para que tais sentimentos brotem em mim, porém não corro atrás e só fico aqui reclamando. Estou acomodada, não nego, mas qual é razão de correr atrás disse, sendo que no final só vou sofrer mais? Por que minha dor, esta que que me acompanha a anos, não me satisfaz?
Sou puro drama, choro e desilusão, porém na realidade, eu não sinto tanto. Mas é isso que os poetas fazem, não é? Sentem e comovem aqueles que não querem sentir. E eu faço da poesia meu coração, o sangue de minhas veias. Esta é a minha única certeza... Entre milhões de perguntas.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Abolição

Hoje acordei, joguei meu torpor fora e abri os olhos para o mundo. Neste mesmo que estou lhe expulsando, abolindo. Não só a você, caso esteja se sentindo especial (pois este não ira mais ser).
Estávamos presos pela eternidade, e esta hei de terminar, assim com ela minhas lágrimas cessarão e poderei não sorrir em paz. Minha boca não se afeiçoa com sorrisos, sacrifício que fazia por você, colocava estes dentes à mostra. Não quero me que agradeça, pois mesmo em pedaços não é do seu remendo que preciso. E se o que te preocupas é o meu amor que lhe ofereci tão ternamente, não percas a cabeça (por mais que eu deseje tal acontecimento), será eterno além de mim e de você, já que este é puro e nos dois nunca seremos.
Mande beijos do futuro, quem sabe me chame para alguma lembrança ou alguma reunião de pensamentos, porém, no caso da minha falta, lembre-se que segui o seu exemplo, ou seja, segui em frente e te deixei no passado.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Saudades

Estou perdida, e gostaria de ter a quem dizer isto. Essa saudade não é do seu cheiro ou do seu toque, pois estes eu nunca conheci, é na realidade das suas palavras e da sua paciência comigo. Eu ainda te tenho guardado em meu pensamento, e este amor que sinto é para sempre, por ser amor há de durar o sempre. Não preciso e nem quero amar-te como homem e sendo assim, você não precisa amar-me como mulher. Amo-te como minha outra metade, amo-te como amigo (pois este sempre fora e sempre será a mim).
Era como se ouvisse o meu silêncio. Eu não precisava explicar-te meus erros, você os entenderia sem o menor som. Não havia necessidade de outros, porém nunca era somente você em minha mente. Existia espaço para nossas vidas, para nossas outras metades, as quais eu amaria como homem e você amaria como mulher. Não era nada incomum, e nem nada de especial, porém me era e ainda é necessário. Eu não quero e nem devo deixar de acreditar em ti, de acreditar no que é nosso, já que este me mantém acordada e ainda com alguma sanidade.
Quando o medo estava em meu corpo, você me protegia com suas palavras. "Imagine que este sou eu, e nunca estarás sozinha".Então por que agora me sinto tão só? Necessitada daqueles que nunca realmente quis?
Sinto saudades de você, das suas palavras, do passado que guardo em meu peito oco.
Cansei de culpar-te pelos meus erros, aqueles quais você sempre entendeu. Digo sempre que é tua culpa, quando na verdade é minha e somente minha.Perdoai-me por ser mesquinha e guarde consigo sempre este pedido de desculpas, não vou ser eterna, assim como minhas palavras também não serão, amanhã posso não estar a te esperando mais.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ausência

Estou ausente, volte mais tarde!
Observei que nunca notaram minha ausência mental em suas conversas bobas, nunca notaram minha falta de presença em seus abraços. Eu não estava aí, ou aqui, estava lá.
Mantive-me longe de tudo disso somente e para não sofrer, porém eu me automutilei, me machuco por você, corto meu coração só de lembrar do passado. E não, não me dói tanto assim, porém esta ausência de dor é o que me machuca, me desespera. Sempre existe algo em sua vida que é aonde você deposita suas lágrimas e desesperos, porém, não existem lágrimas, pois elas não expressão nada perto disso. Sendo assim, eu não tenho voz pra gritar, não tenho lágrimas para derramar, tenho somente aquela mesma sensação de estar sufocada pelo nada.
Eu estava ausente, e você me trouxe a vida. Leve-a consigo, poís esta é tua e somente tua. Mas tome cuidado, por mais que seja tua, a dor vinde a mim. Enquanto carrega-me em teu bolso e não em teu pensamento, levo-te no meu resto de coração. Coração que tiram-me aos poucos, caso te interesse saber.
Por isso, estou ausente de alma, vida e coração. Mas caso isto lhe pareça falso, peço-te que me mostre como sentir o mesmo.

sábado, 11 de abril de 2009

Inércia

Minha vida parou há algum tempo.
Fora tarde uma fria, lembro-me bem. Aparecera do nada, assim como ias sumir no futuro. Eis que só pensava em ti, em proteger-te, porém, nunca em amar-te. Era como se o mundo fosse uma tv em preto e branco, e ao acaso, algumas coisas - até então elas não eram importantes -ganhariam cores. Oh, e que cores! Elas me alimentavam, me davam razões e por alguns momentos amei aquela incerteza de uma forma terna, abracei-a e não permitia que fugisse. Porém fui fraca, esta escapara do meu mundo, deixando-me vazia. A solidão tornou-me louca, não permitia novas visitas e incertezas eram proibidas de todas as formas. Por mais que as lágrimas inconscientes caíssem, eu fazia um sorriso brotar em minha fase todas as manhãs, tardes e noites. Claro que um dia este sorriso ficou doente e logo abri mão deste também. Pouco me importava as outras pessoas, e com seus sentimentos, eu havia perdido os meus poucos!
Meus olhos estavam pesados e meus dias eram tão iguais que nem pareciam ser outros.
Então, outra tarde, mesmo alguém, mesmas frases, mesma incerteza, agarrei-a novamente, continuou a ser inútil. E assim passaram-se anos, continuava a agarrar e a perder. Amanheceu um dia, em que nada importava, eu o esquecera, ou assim pensara, sorria fingindo não ser saber a razão. Mas meu belo dia fora destroçado com as mesmas promessas sujas que me foram dadas anos ou meses antes. Eu não contava mais o tempo, não sabia as mais horas, caíra em um abismo escuro, e por lá fiquei. Talvez ainda esteja lá, mas alguma luz bate, algumas vezes ele volta com suas promessas e como sempre desaparece. Então, eu fico com minha amada incerteza e com essa adorável solidão, esperando seu retorno em mais uma noite.