quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tango

"Ler da tua boca as palavras com a atenção do surdo, falar com os olhos e as mãos como fazem os mudos"
Normalmente faria tragédia, mas foda-se, isso me trouxe cansaço. Acordei diferente nesta manhã em que o sol enchia o quarto, e entrava pela janela do banheiro invadindo a sala. Dentre todas as formas de expressão, escolhi palavras sujas e pretendo usá-las. Não importa quanta vezes você limpe o salão o mundo volta a sujá-lo. Pois a sujeira é eterna. Então largue a vasoura, e quem sabe um pouco da roupa. Já lhe disseram o que é necessário pra se viver?
Nas bagatelas que ouço, distorço e engulo, toda essa merda afinal precisa ir pra algum lugar. Eu guardo a visão distorcida daquilo que deixo no passado, não pretendo distorcer o cheiro, o gosto, a textura... Pele contra pele. Mantenho tudo isso, imaginas o por quê? Pode levar como exageiro, paixão, ou quem sabe amor. Mas pra mim nada disso importa, o que importa é sentir (Seja quente, frio ou morno). Quem disse que fogo é ruim? A chuva vem logo após. Molha-te o corpo, marcando a forma ainda mais. Eu respiro amor, e nem sequer preciso amar. Eu só preciso querer um pouco além.