segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quadrado

A porta entre-aberta, e o gosto de café velho na boca. Martelei os dedos repetidamente na mesa, o som fluindo constante. Desde então eu vivi assim, ouvindo batidas. Era como ir sem saber pra onde ir, simplesmente estava lá, martelando. Eu apertei a mandíbula com os dedos, vagamente pensei em fugir. Olhei as grades, olhei o chão. Presa na minha própria vida. Agora não parece tão ridículo assim fugir. Sempre tive uma tendência pela fuga. Da porta pra fora e presa nos portões do prédio. Presa no quarto, presa na cama. Não quero ser a maioria. Por quê a maioria é certa? Onde estão as provas que Deus existe? Nunca vi o Diabo. Eu não quero crer em nada, afinal, tem coisa mais bonita na vida... do que a morte?