quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu bebi saudade a semana inteira, e a ressaca que não some. A primeira vez que me deixei levar pelo amor, achava que nunca ia passar, aquela doença sem cura que enquanto te alimenta, destroí. Lembro-me da ternura, do desejo, acho que ainda me lembro de tudo. Eu sinto saudades de você, sempre vou sentir. Porque você foi o primeiro de poucos, se me permite dizer. Apesar de não saber como realmente era para ser, ou como você cheira, o gosto que tem, apesar de tudo é com seu abraço que ainda sonho. Não doí como já doeu, e eu não espero que chegue a doer em você, pois meu erro foi sempre querer vingança, o amor já tinha ido e eu continuava ali, por puro orgulho. Já da segunda vez doeu como nunca, e também se foi com tamanha rápidez que chega causar espanto. De um sorriso ao desgaste. Você desgasta tudo ao seu redor, e mesmo assim eu lutei sem armas e tão silenciosamente que as vezes só o choro tinha som. O bem que me fez você ir embora, é ainda, e eternamente será indescrítivel. Do amor eu só sei isso, e da paixão, bom dessa a visita por mais recente que seja, tristemente não aceitou o café.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

As vezes eu peco na saudade, pelo simples fato de saber que não vai voltar. Conforme o tempo foi passando e nós acabamos por nos perder, a perda nem foi de tão dolorida posto que o tempo acabou grande parte do seu impacto, porém agora sinto o vazio que nos preenche, ou será que existe algo a preencher? Já me perguntaram o porquê de manter tão ternamente tais lembranças, mas eu nunca tive uma resposta concreta, que nunca modificou. Hoje, especialmente, eu afirmo que a amei desamasiado cada uma ou cada um dos mesmos por serem o que me apresentavam. Você que hoje em dia se perde com tamanho afinco entre coisas que pra mim nunca soaram tão atrativas, mas que hoje são por razoávelmente bem vindas.
As vezes eu peco no desejo, pelo simples fato de saber que o álcool realmente vai me subir a cabeça. Os presentes que me perdoem, eu verdadeiramente não tenho a mínima vocação para... Bom, o que causa é isso mesmo. Não é bem pelo fato de gostar ou querer, é porque as vezes eu peco na vontade de esquecer.
Tem dias que eu olho me decepciono, comigo mesma. Tem dias que eu prefiro acreditar no que vai me tornar novamente alegre, tem dias que eu só quero não pensar. Mas quando é que eu deixei de sonhar? Se a vida não é um sonho, eu jogo fora essa saudade que sufoca, jogo fora qualquer razão que ainda tenha pra afundar, já que é simples fato de saber que assim, que logo assim, eu aprendi a existir.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ela sorriu tentando mantê-lo de alguma forma confortável. Paulo abaixou os olhos enquanto pensava se devia ou beijá-la, se poderia ou não beijá-la. Queria ou não beijá-la?
- Às vezes me pergunto pra onde vai quando faz isso. - Não sorria mais, os lábios formando uma linha pensativa. - Às vezes eu me pergunto se gosta de mim, ou se te forço a gostar. Caralho, Paulo, você pelo menos tá aqui?
- Tô...
- Por quê você é assim?
- Como?
- Idiota! Ora, como? Pra que vem, por quê fica? Você gosta de olhar o nada? É vazio, quem é você afinal?
Paulo devia beijá-la, mas achou que não poderia beijá-la. Com certeza ela calaria a boca, beija a menina Paulo.
- Eu...
- Você o caramba, tô indo embora. - Ela se apoio no chão, e mesmo cambaleando forçou-se a levantar. Ele a segurou pelo braço.
- Fica, Karina.
- Cansei do seu silêncio, do seu olhar vazio, nem lembro mais como é te ver presente. Acordo pensando em te ver, e durmo pensando em te deixar. Tô cansada de beijar você e sentir o gosto que não é teu. É da culpa. Culpa de ainda estar aqui. Só não morre, que morrer é sorte no teu caso.
- Tá...
- Não vai dizer nada?
- Deveria?
- Você é realmente um idiota.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Es muss sein

Ela era pálida e mantinha seu olhar distante, como se nada nesse mundo lhe importasse, estava além dele. Ele, porém, era um homem alto e forte, e seus olhos pareciam presos a cada movimento daquela moça pálida, parecia a contradição perfeita da mesma.
  Ambos eram belos, apesar de diferentes. Pareciam completar-se, mas não só de forma corporal. Parecia que cada passo dela era precisamente analisado por ele, este escolheria se era certo ou errado. O nome da dama era Catarina, o do homem pouco importava, não por ser menos essencial que ela na história, e sim porque, ora não importas o nome do rapaz.
A moça, Catarina, tentou livrar-se dos braços do homem, mas como disse, ele era forte e a manteve ali, como um pássaro com assa quebrada que precisa de cuidados. Ela o encarou e beijou-lhe a bochecha longamente, era um pedido de liberdade, que por sinal,  foi-lhe concedido. Claro que ele não deixou de observá-la de longe e se ao acaso ela tropeçasse, fosse no que fosse, ele corria a ela de braços abertos.
Os olhos daquele rapaz de cor acobreada olhavam-na com uma ternura pura, era quase palpável seu amor.
Contudo, os anos não deixaram de passar, e aquela pequena rapariga envelheceu, tornando-se rabugenta e já o rapaz que lhe amava de toda a alma, começou a perder a alma, sendo assim o amor por ela. Eis que no dia da morte daquela dama, sofreu como nunca havia sofrido, aquele rapaz pegou sua alma de volta do inferno e colocou-a no peito, assim amou-a como nunca havia amado, amou-a além de tudo, mesmo depois do seu último suspiro de dor.