segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ela sorriu tentando mantê-lo de alguma forma confortável. Paulo abaixou os olhos enquanto pensava se devia ou beijá-la, se poderia ou não beijá-la. Queria ou não beijá-la?
- Às vezes me pergunto pra onde vai quando faz isso. - Não sorria mais, os lábios formando uma linha pensativa. - Às vezes eu me pergunto se gosta de mim, ou se te forço a gostar. Caralho, Paulo, você pelo menos tá aqui?
- Tô...
- Por quê você é assim?
- Como?
- Idiota! Ora, como? Pra que vem, por quê fica? Você gosta de olhar o nada? É vazio, quem é você afinal?
Paulo devia beijá-la, mas achou que não poderia beijá-la. Com certeza ela calaria a boca, beija a menina Paulo.
- Eu...
- Você o caramba, tô indo embora. - Ela se apoio no chão, e mesmo cambaleando forçou-se a levantar. Ele a segurou pelo braço.
- Fica, Karina.
- Cansei do seu silêncio, do seu olhar vazio, nem lembro mais como é te ver presente. Acordo pensando em te ver, e durmo pensando em te deixar. Tô cansada de beijar você e sentir o gosto que não é teu. É da culpa. Culpa de ainda estar aqui. Só não morre, que morrer é sorte no teu caso.
- Tá...
- Não vai dizer nada?
- Deveria?
- Você é realmente um idiota.

Nenhum comentário: