segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Nas ruas, nas calçadas nada além de guarda-chuvas e poças. Apesar da música que ecoava, das vozes que firmavam presença, de todos os lados: Nada. O metrô lotado, uma paixão momentânea, apenas naquele momento em que ambos estão no mesmo lugar aspirando do mesmo ar. Imagina uma história, doa um nome, abre-se a porta, fim da paixão. Uma revista de palavras cruzadas e na realidade nenhum atenção a ser liberadada. Meus pensamentos viajantes pegam outro metrô, outra direção. E eu me perdi no meio do caminho do lugar que nunca soube onde ficava. Nunca soube aonde ir.
O mesmo livro, as mesmas perguntas. Outra pessoa. O quanto eu mudei, nunca saberei informar. Estou feliz em estar sozinha, no passo do meu compasso. O avesso do meu passado, e direito do meu presente. Como quem não quer nada se sentando naquela cadeira azul que sempre me chamava tanta atenção, abrindo a bolsa e procurando alguma distração. Às vezes eu me distraío com o nada, posto que já me distraí de você. Das doses que nunca foram tão cavalares quanto afirmei nas histórias. Dizem que saudade não é a perda, e sim a continua presença da lembrança. E toda vez que eu tento esquecer me lembro. Triste o fato de não lembrar de você, e sim dos meus erros. O tempo passa, não cura tudo, mas as coisas mudam. O mundo gira e no seu caso (no nosso caso) somos paralelos. Acabou, boa sorte.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu sinto sua falta, o tempo todo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sentou-se ao meu lado naquele pequeno sofá com os pés descalços, as pernas tão nuas quanto o sorriso estampado em seu rosto. As vezes me pegava enfeitiçado por cada parte desnuda de seu corpo miúdo, não pela nudez, e sim porque tanto a cor, quanto o cheiro chamavam, imploravam pelo toque. Ela segurou minha mão, apertando levemente e fazendo carinho com o polegar, me distraíndo do filme que passava na tv. Queria dizer-lhe coisas, mas o que não dizemos é sempre o que mais queremos expressar. E eu não sabia o que dizer. Alguém como ela não merecia o silêncio, era tão dona de si, parecia ter o comando de cada mínima parte. A voz sempre no tom certo, para o momento certo. Talvez fosse o sorriso sempre estampado, que me comia e corroía de desejo. A vontade de invadir tais lábios com os meus era tamanha que chegava a segurar com a ponta dos dedos no sofá. Sequei o suor que me descia o pescoço, ela piscou e pela primeira vez fechou o sorriso. Enrijeci. Um toque suave dos lábios, o gosto do meu coração na boca, o riso que encheu a sala. Tamanha perfeição só podia ser sinônimo de perigo.