quarta-feira, 13 de maio de 2009

Descontente

Quando você me olhou nos olhos, eu enamorada, caí a teus pés. A paixão cegou meus olhos, tapou meus ouvidos, tornou-me seu brinquedo, sua diversão. Caso tu, meu amor, me amaste de volta? Sorrias tu com sinceridade?
Quero ver teus olhos, tire as mãos do rosto. Beije-me ternamente, faça meus lábios queimarem com o seu calor. Porém deixe de mentiras, palavras descabidas. Já vivo desolada, não preciso de tal ajuda.
Eu sinto falta do seu beijo de ganância, do grito de desespero. Desespero amado de perder-te, que somente eu sinto, já que nunca ocorre o risco de perder-me.
Arrancou-me a ternura, a paixão, o sentimento. Torna-me oca, porém me ame. Não, não é isto o que quero. Quero ter de volta minha vida, minhas lágrimas. Livrai-me desta inércia!
Ora que sem você não sou nada e com você menos ainda. Temo escolher dentro o ruim, algo ainda pior, e este seria o que? Amar-te ou largar-te? Amo-te mais do posso sentir, tens tu, minha alma. Não lhe dei, roubaste, junto com meu coração e rim.
E que vida tenho sem tu? Já é meu tudo, meu nada, minha dor ou desgraça.
Não deixe minhas lágrimas caírem, tenha-me neste teu peito oco. Lembre-se de mim à noite, ligue-me e diga que me ama. Pois eu te amo, ora, e tanto. Vejo-me a teu lado, sempre a teu lado, entre teus braços, com a testa nos teus lábios. Sou tua, venhas pegar, desde que seja gentil. Sou tua, mas posso mudar de idéia, já que este sempre fiz. Deixe-me louca, pouco importa, porém não me deixes neste abismo onde não posso te tocar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Insustentável

Nas verdades que saíam de sua boca, das mentiras que teus olhos me contavam. Eu não pensava, tu que pensava por mim. Era vós, o meu certo e o meu errado, o pecado e o meu perdão. Perguntava-te com o silêncio do som, sorria-lhe com os olhos e não com a boca. Permanecia acordada nas noites e nos dias, vendo se o teu sono era calmo, tranqüilo. Eis que vivia por ti, e nunca por mim. Meu coração batia no ritmo fraco do seu, e os meus passos eram exatamente como os teus foram. Era tua e somente tua, porém tu não fora meu. Eu que nunca me importei com isso, só queria que teus olhos encontrassem os meus, que fizesse minha pele queimar com a surpresa de suas palavras. Era o som te sua voz que me fazia vibrar, perder o sono. E tua doença, a maldade, era o me fazia amar-te. Como te amava, como te amo. Continuo respirando baixo sobre tua pele, sentindo-a enquanto esfria, enquanto apodrece. Vejo os teus olhos, aqueles antes me tiravam a razão, se fecharem. Da sua boca um último suspiro, e dos seus braços o último carinho. À mim resta apenas a solidão, fim de quem ama.