terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Meu eu por mim mesmo.

Eu tenho 16, por sinal adoro o número 6 é pra mim o número da minha vida. Tenho uma família estável em conceitos normais, minha infância só foi meio molhada demais. Certamente eu não vou falar sobre o meu passado, sendo que aqui pretendo manter os fatos do presente em ordem e assim pensar melhor sobre cada um. Eu tenho pais divorciados, e no momento minhas opções andam "divorciadas". Tenho quatro pessoas que não sejam familiares que ocupam boa parte do tempo. Sendo que duas moram em certa distância e as vezes somem, o que me deixa frenética atrás de opções que não me façam criar certa raiva do sumiço e por assim delas. Sem estes ando como uma alejada sem cadeiras de rodas, ou seja, não ando, fico parada olhando os outros andarem. Eu permaneço correndo no momento, correndo contra o meu passado, e sinceramente fazer tudo isso sem saber o que quero me deixa confusa, pense comigo, se eu não sei o que quero e apenas o não quero, escolho algo pensando "é isso!" e depois deixo ir vendo que era algo a mais pra se descartar, porém eu tenho medo de descartar algo que não quero de cara e que um dia possa ser algo que queira. Então mantenho a pose de mulher, a face de nada me machuca mesmo quando eu mal consigo respirar de tanta agonia. Eis ainda choro antes de dormir pelo mesmos motivos que há dois anos, pois assim não é necessário admitir que choro por motivos muito parecidos com os velhos e tem uma gota de súplica com o gosto mais ardente que os anteriores. Vou rir sozinha daqui a pouco, dizer que tudo isso é desnecessário que eu não preciso de nada. Ora, que eu amo ter o controle de tudo, dizer quando algo começa e quando termina. Mas não gosto que gostem de mim, pois me sinto forçada a gostar do mesmo, e se ignoram a minha presença me sinto na obrigação de te fazer gostar dela, e já se preferes ser indiferente, tendo a fingir que não sei teu nome e muito menos teu telefone de contato. Quando te vejo chegar consigo até me espantar, depois dou risada, aquilo foi só uma visão, pouco tempo se passou,  é obvio que é lembrança ainda é fresca pra ti... e pra mim ainda é tão presente, e sem valor, porém eu sempre me lembro de tudo. Tudo me é importante, até sobre os desimportantes, porque eu quero ser importante, dá pra se compreender essa idéia? Então eu procuro em cada um tico do que acho querer e logo perco a paixão, ah que toda essa coisa me parece sem sentido. Me mantenho amiga, próxima e nunca algo além. Eu sei que me complico, mas é tão obvio pra mim. Chegar, começar, colocar um desfeixo, e pronto, fim. Não é procurar sentimento, valores, ou fidelidade, só algo mais fixo e sem nada além. Não quero um namorico no orkut, ou um amor por internet. Só adoro sentir as coisas fluirem, mas eu as proíbo de fluir porque imponho limites em cada ato meu que até chego assustar os outros, mesmo os desconhecidos, quando me aproximo. Eu sou fácil quando não se tem medo, não vou guardar rancor se não souber meu nome, a mágoa vai ser minha e nem sequer vou querer que saiba dela, e eu chamo isso de ser discreta. Normalmente eu tento ser, perco o controlo algumas vezes, bancando a mocinha frágil só pra alguém querer cuidar de mim, porque no final sou carente e não gosto de demonstrar, já que essa coisa sou eu e não uma personagem barata. Adoraria me descrever como um labirinto, é tão fácil de se perder e no meio não tem saída, então se me permite dizer quando você se permitir entrar na minha vida, eu não vou lhe permitir a saída até que me canse de você o suficiente pra lhe mostrar o caminho pessoalmente.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Horário Marcado

Pude ouvir os passos vindos do corredor, engoli em seco a saliva o que desceu queimando na minha garganta seca. Segurei o revólver com mais força na posição, juro que não pretendia tremer. Ela entrou sorrindo, escondi a arma entre as pernas, fiz sinal para que esta sentasse enquanto lhe sorria de volta. O som do salto alto batendo no chão sempre foi uma paixão, era o som da minha mãe chegando em casa na minha breve infância. Disse-me que seu nome era Kátia, mas em cinco minutos eu já tinha esquecido seu nome, esquecido sua cara, atirado em seu peito, escutado seu grito, chamado a empregada e lhe dizendo para limpar o chão, não queria uma mancha do seu sangue sujo no meu tapete, eu só não me esqueci daqueles sapatos, altos e de couro, eu odeio couro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Desde o cheiro, até o jeito de andar.


Quero o cheiro que me tira o sono, imploro pelo sabor que afoga, grito pelo toque, e almejo um suspiro na nuca,  um beijo meia-lua, meu braços envoltos no seu pescoço, minha perna na sua, meu rosto no seu. Lembraças que levo do som do andar, do estalo do lábios, do sussurro no ouvido, bem baixo, só pra mim. Eu te pego pra mim, te guardo no peito, te desvalorizo, te sujo enquanto me limpo. No teu balanço, eu danço, e por ventura, descanço. E no final, de sonho eu vivo, do toque destes, das peles brancas que me tiram a lúcidez, das bocas mácias e rosadas, a pele quente contra a minha frieza, derretendo meu gelo com palavras cálidas (e que resoam ao meu ouvido) que me fazem tremer. Então eu te deixo, com um aperto de mão, com um abraço de um braço só, com um beijo sem boca... Tua imagem tremida e minha imagem para ti, perdida.
Ass:
Eu, monocromática no seu mundinho colorido.