domingo, 31 de outubro de 2010

E no final, nunca mais fui o mesmo, apesar do tempo, dos banhos que tomei, meu cheiro nunca mais foi o mesmo, o seu sempre estava ali, no meu cabelo, naquela camisa. Eu procurava cópias suas pra saber que suas mãos estavam ali, nos meus lábios, no meu rosto, no meu cabelo, em todo o lugar.
Existe um vago espaço entre tudo que me rodea, onde você se esconde. Onde como uma criança se esconde atrás da porta só pra assustar. Talvez eu procure nessas brechas um motivo pra desistir de lutar todo dia contra a sua notável presença, me embrigando no cheiro que lembro tão bem, que ficou no meu travesseiro no dia em que eu fugi dos braço me tentavam me prender. Que triste o fato deste toda noite sufocar-me com uma dose cavalar da tua presença que logo pela manhã, some. Ao acordar, os poros abertos, o corpo suado e o pesadelo que tanto já conheço, do erro que tantas vezes eu cometi. Seus lábios sempre pareciam me dar aquele mesmo beijo, o único nossas bocas sabiam de igual, minha apnéia. Nunca era dia ou noite, nunca era nada. E mesmo assim, eu amava sentir sua falta até mais do que um dia amei você.

Um comentário:

Anônimo disse...

... Falta, que pega sufoca, transporta e nos faz mesmo que por pouco sentir-se bem. Adorei o texto! E o blog está lindo.