segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Onde começou, exatamente, eu não faço idéia. Nunca procurei saber, detalhes não eram importantes, o erro em sí já estava ali. Eu aguardei as fotos com as lembranças, e tentei recordar como era sentir.E apesar da caneca aparecer mais profunda a cada gole que me permitia tomar, eu sabia, nada mudaria.
Algumas lágrimas caíram, logo dessas que ardem a nostálgia enquanto se esparramam pelo rosto. Lembrei-me daquela última conversa, você não disse adeus, parecia que ia voltar. Deixou as roupas no armário, a escova de dente ao lado da minha, deixou um lado da cama vazio, deixou o gosto do beijo que só você sabe dar, deixou a camisa que eu gostava de usar (nunca mais toquei nela), deixou tudo aquilo que não tinha importância, me deixou. Ouvi dizer que a tristeza pede pra entrar, mas não lembro de ter feito qualquer convite, sequer ofereci café. Porém, ela sentada na beira da cama insinuava que todo o amor era mentira, que nunca mais devia acreditar, confiar, entregar. Volúvel, eu fui sim, obrigada.
Agarrada as cartas passava as noites, nem em claro e nem dormindo. Às vezes pensava em melodias, aquelas que falam sobre o abismo que supostamente você havia me derrubado e me deixado, não ligava não, nem tinha ninguém pra ligar. Certo dia ouvi passos na sala, imaginei a sala cheia, teu olhar pairando no meu que me diria o que eu sempre soube e você nunca quis me confessar, imaginei que o amor valeria à pena dessa vez, mas tudo que eu sabia era: Não importaria quantas vezes me deixasse, eu te aceitaria... Cada vez mais vazia, deixando de existir. Ouvi dizer que o amor mata, é verdade?

Um comentário:

Guilherme disse...

É verdade, mas mata diferente